Explicador: Afinal é mais barato um veículo elétrico ou a combustão?

A mobilidade elétrica tem vindo a expandir-se e a simplificar a cada mês. No entanto, a verdade é que o conceito e o modelo são relativamente novos, pelo que pode levar algum tempo até que os utilizadores tenham um melhor entendimento dos mesmos.

A comparação dos custos entre uma viagem realizada com um veículo elétrico e com um veículo a combustão tem feito parte da agenda mediática, e concluindo que o veículo a combustão é mais económico do que um veículo elétrico — o que, na minha opinião, não podia estar mais longe da realidade.

Se desconsiderarmos os montantes de aquisição e manutenção de um veículo, as viagens, regra geral, são sempre mais económicas quando usamos um veículo elétrico. Ao carregarmos o nosso veículo em casa podemos fazer médias de 2,5€/100km, e 4-6€/100km ao usarmos postos de carregamento rápidos na via pública. Além disso, o preço na via pública é sim mais caro, mas não nos podemos esquecer do investimento que nos é isentado quando carregamos num posto público: não temos de aumentar a potência contratada da nossa habitação, comprar a wallbox, fazer a instalação e respetiva manutenção quando e se necessário.

Para além do custo para percorrer 100km, os condutores de veículos elétricos têm em consideração mais parâmetros, como: a conveniência de poder recarregar o seu veículo enquanto dormem ou fazem compras, uma condução simplificada e preocupação ambiental. Nos dias de hoje, podem ainda contar com benefícios fiscais na compra de um veículo elétrico e alguns benefícios como descontos nas portagens e isenção de estacionamento enquanto decorrem os carregamentos.

É compreensível que os veículos elétricos façam parte de um contexto muito recente e, por isso, é ainda difícil perceber que não podemos chegar a um posto para carregar 10€ se não se soubermos como (neste caso, com uma solução tecnológica), mas talvez o caminho para a simplicidade não seja assemelhar um posto de carregamento a uma bomba de combustível. Neste momento, os utilizadores têm liberdade para escolher os seus tarifários de energia, que na prática, são muito parecidos aos contratos de energia que fazemos para as nossas casas, e podem aproveitar essa liberdade da melhor forma, suportando empresas nas quais acreditam, agregando o seu tarifário ao da sua habitação ou escolhendo simplesmente um dos mais económicos. Mas, como sempre, a liberdade de escolha que existe pode não ser bem aproveitada e os consumidores podem acabar optar por uma solução mais onerosa que não necessariamente presta o melhor serviço.

Um utilizador que seja livre de fazer a sua escolha, pode optar pelo posto mais caro do país, que é, ao mesmo tempo, o mais rápido, numa auto-estrada. Tem à sua disposição outras soluções para baixar o custo, e a verdade é que não é complicado saber que as mesmas existem. Num par de cliques há soluções tecnológicas que permitem que os utilizadores de elétricos comparem preços e saibam antecipadamente o que vão pagar no posto selecionado.

A exceção não pode fazer a regra e a regra é que conduzir um veículo elétrico é mais económico e mais amigo do ambiente.

 

Daniela Simões

CEO e co-fundadora da miio








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