Hotelaria: A arte silenciosa do Outsourcing

Por Lucília Queirós, National Sales Leader da Eurofirms – People First

No coração de cada hotel, para lá do luxo dos quartos e salas comuns, há o esforço silencioso de quem mantém cada espaço impecável, arrumado e acolhedor. É um trabalho quase invisível, mas essencial, em que cada gesto e detalhe se complementam para criar a experiência perfeita para o hóspede. É a arte do housekeeping – uma função que requere dedicação, precisão e uma busca constante pela excelência.

As previsões da McKinsey no relatório “The state of tourism and hospitality 2024” apontam para um crescimento anual médio do turismo de luxo na ordem dos 10% durante os próximos cinco anos, sublinhando a valorização deste tipo de experiência pelas gerações mais jovens. Neste contexto, as empresas de turismo e hotelaria enfrentam um desafio: a procura por talento e o esforço que esta busca representa.

Uma solução possível? Externalizar serviços como o housekeeping, para que os hotéis tenham possibilidade de manter o foco no núcleo do negócio: providenciar experiências memoráveis aos hóspedes. O modelo de outsourcing, ou externalização, é sinónimo de múltiplas vantagens – da otimização de custos à melhoria da qualidade do serviço – e tem-se posicionado como uma opção flexível para responder às necessidades do mercado. O outsourcing de serviços de housekeeping torna-se particularmente relevante no setor da hotelaria, tendo em conta a importância da limpeza e manutenção para a perceção dos clientes.

A especialização das empresas de gestão de talento neste âmbito é um dos fatores que mais valor aporta para os hotéis, já que estes grupos contam com equipas altamente qualificadas e em constante formação, assegurando um contacto permanente e atualizado com as boas práticas e tendências da indústria. Este investimento contínuo contribui não apenas para aumentar a qualidade do serviço, mas também para a eficiência operativa, ao reduzir falhas e maximizar a produtividade do pessoal.

Adicionalmente, o outsourcing permite uma flexibilidade que é difícil de igualar nos modelos tradicionais de gestão interna. As empresas especializadas em serviços de housekeeping podem adaptar as suas operações às necessidades específicas de cada hotel, ajustando-se às épocas altas e baixas, e respondendo com celeridade a alterações inesperadas. Esta capacidade de adaptação é crucial num setor tão dinâmico como o hoteleiro, onde a procura pode variar significativamente de um momento para o outro. A externalização potencia, assim, a eficiência e capacidade de resposta dos hotéis, ajustando recursos conforme a necessidade em tempo real no lugar de estruturas fixas e, muitas vezes, ineficientes.

Ao mesmo tempo, a preocupação com a sustentabilidade tem vindo a tornar-se uma prioridade do setor hoteleiro, estando o outsourcing a adaptar-se, com sucesso, a esta tendência. As empresas especializadas na externalização destes serviços estão a adotar práticas mais ecológicas, utilizando productos de limpeza mais “verdes” e métodos com menor impacto ambiental. Estas práticas não só respondem à crescente procura, pelas novas gerações de hóspedes, por serviços mais responsáveis, como também contribuem para o cumprimento das metas assumidas pelos hotéis. O enfoque na redução de resíduos, o uso de produtos biodegradáveis e a implementação de procedimentos que otimizem o consumo de recursos são exemplos de como o outsourcing pode estar alinhado com os compromissos climáticos.

Mais do que a simples oferta de serviços, as empresas de outsourcing deverão assumir-se como parceiros estratégicos dos seus clientes, aportando valor através da inovação, da formação contínua e do apoio personalizado. Esta visão reflete a capacidade dos serviços de outsourcing para responder a necessidades operativas, assim como gerar um impacto positivo e duradouro na experiência do hóspede.


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