As eleições e a Economia…
Por Ricardo Florêncio
Escrevo esta nota numa altura em que é anunciado que vamos ter Eleições Legislativas antecipadas em 2025, no dia 18 de Maio. As terceiras Eleições Legislativas no espaço de pouco mais de três anos. O que é um pouco absurdo. Portugal precisa de muita coisa. Precisa de decisões, de acções, de executar os planos e projectos previstos. O que Portugal não precisa mesmo é de mais umas Eleições Legislativas. Os partidos até podem estar preparados. Mas as empresas, os empresários, os gestores, a sociedade, os cidadãos, o País, dispensavam-nas. É óbvio que a Economia vai continuar a funcionar. As empresas, gestores, empresários, sociedade, já deram provas, mais do que evidentes, que podem, e que vão continuar a trabalhar, apesar de toda esta instabilidade política.
Mas, obviamente, também se sabe que não é a mesma coisa. Todos estes processos, estas crises políticas, trazem uma imprevisibilidade adicional ao já complexo panorama com que nos debatemos atualmente, que são factores que podem inibir empresas, gestores, empresários de avançarem com alguns dos seus investimentos. Além disso, estes momentos de paragem trazem atrasos, adiamentos, cancelamentos, que é aquilo exatamente que não podemos ter. Não há tempo a perder.
Mas o impacto ainda pode ser maior, dado que temos um País em que o Estado tem uma presença significativa na Economia. E esse pode ser outro tema a ter em conta para o futuro. De ter menos Estado na Economia. Que o Estado fique com os papéis que deve ter, de regular, de controlar, de verificar, mas não com uma intervenção tão directa na Economia e em tantos sectores de actividade.
Sim, dispensávamos estas Eleições Legislativas antecipadas de 18 de Maio, mas o caminho faz-se para a frente e as empresas, empresários, gestores, cidadãos, continuarão a trilhar o seu caminho.
Editorial publicado na revista Executive Digest nº 228 de Março de 2025