Trump proíbe Harvard de receber estudantes estrangeiros, diz jornal

O governo Trump revogou esta quinta-feira a permissão de Harvard para matricular estudantes internacionais, intensificando drasticamente a disputa do governo com a universidade e afetando milhares de estudantes,  revela o The New York Times.

Numa carta endereçada ao presidente de Harvard, Alan M. Garber, a secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, escreveu que a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio de Harvard foi suspensa, “com efeitos imediatos”.

A revogação impedirá Harvard de matricular estudantes internacionais com vistos de não-imigrante F ou J para o ano letivo de 2025-2026. Harvard atualmente recebe pelo menos 6.000 estudantes internacionais, muitos dos quais com vistos F-1 ou J-1.

O anúncio ocorre apenas uma semana antes da formatura de milhares de estudantes internacionais em Harvard.

Quando a certificação de uma universidade é revogada, os estudantes internacionais atualmente matriculados devem escolher entre transferir-se para uma instituição diferente, alterar o seu estatuto imigratório ou deixar o país, de acordo com o site do Serviço de Imigração e Alfândega (Immigration and Customs Enforcement).

A medida ocorre três semanas depois de Harvard ter enviado registos disciplinares parciais dos estudantes internacionais, solicitados pelo governo Trump em meados de abril. Os administradores recusaram especificar que informações foram partilhadas.

Harvard recebeu uma carta a 16 de abril a exigir que a universidade fornecesse informações sobre as atividades dos estudantes internacionais no campus, incluindo a participação em protestos. A secretária do Departamento de Segurança Interna tinha ameaçado revogar a certificação de Harvard caso esta não cumprisse.

Na carta ao presidente de Harvard, Noem alegou que os registos apresentados pela Universidade a 30 de abril eram “insuficientes” e não atendiam a “requisitos simples”. A responsável também acusou Harvard de “perpetuar no campus um ambiente inseguro e hostil a estudantes judeus, promovendo simpatias pró-Hamas e empregando políticas racistas de ‘diversidade, equidade e inclusão'”.

De acordo com a carta de Noem a Garber, o Departamento de Segurança Interna reiterou a sua solicitação de registos após a resposta inicial de Harvard, oferecendo ao Gabinete do Conselheiro Geral da Universidade uma segunda hipótese de entregar documentos adicionais. Mas, segundo este Gabinete, Harvard “ignorou” a solicitação de um segundo conjunto de documentos.

Esses documentos incluem registos em papel, áudio e vídeo de atividades de protesto de qualquer estudante internacional matriculado em qualquer uma das escolas de Harvard nos últimos cinco anos. O Departamento de Segurança Interna também solicitou informação pormenorizada dos registos disciplinares dos estudantes internacionais de Harvard nos últimos cinco anos.

A carta terá sido enviada após vários dias de discussões entre Harvard e a Casa Branca sobre a legalidade da solicitação de registos.








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