Sondagem: Maioria dos portugueses diz que Governo deve ser viabilizado, seja AD ou PS o vencedor das eleições

A pouco mais de um mês das eleições legislativas de 18 de maio, a maks recente sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, TSF e TVI/CNN revela que a maioria dos portugueses defende a viabilização de um governo, seja da Aliança Democrática (AD) ou do Partido Socialista (PS), em nome da estabilidade política. No entanto, há um fator que reúne consenso: o Chega deve ficar fora da equação.

De acordo com o estudo, caso a AD vença as eleições, 77% dos portugueses consideram que o PS deve permitir que Luís Montenegro governe, desde que sem apoio do Chega. Apenas 17% dos inquiridos manifestam-se contra esta possibilidade. A posição da maioria está alinhada com a postura adotada pelo PS em março de 2024, quando permitiu que o governo de Montenegro tomasse posse, após a vitória sem maioria absoluta da AD nas legislativas antecipadas.

No cenário inverso, se for o PS a vencer sem maioria absoluta, 61% dos eleitores defendem que o PSD deve viabilizar um governo liderado por Pedro Nuno Santos. No entanto, este apoio é menos expressivo do que no caso anterior, com 32% a oporem-se à ideia de um governo socialista com viabilização social-democrata. A posição do secretário-geral do PS tem sido clara: espera da AD o mesmo comportamento que o PS teve em 2024. Já António Leitão Amaro, atual ministro da Presidência, recusou antecipar cenários pós-eleitorais, sugerindo que a AD não se sente vinculada a dar luz verde a um governo socialista.

Apoio à estabilidade é transversal a diferentes grupos sociais
A defesa da estabilidade política através da viabilização governativa não se restringe a um perfil específico de eleitorado. A sondagem revela que essa posição é transversal a diferentes grupos demográficos. Entre os que mais defendem a viabilização de um governo da AD pelo PS encontram-se os homens (80%), os eleitores com mais de 65 anos (81%) e os que pertencem a classes sociais mais elevadas (83%).

Por outro lado, a ideia de que a AD deve permitir um governo socialista é mais forte entre as mulheres (61%), os eleitores com mais de 65 anos (65%) e aqueles com rendimentos mais elevados (65%). Nos dois cenários, os eleitores do Chega são os que menos apoiam qualquer tipo de viabilização entre os dois maiores partidos.

Rejeição de acordos com o Chega
O distanciamento da AD em relação ao Chega é amplamente apoiado pela maioria do eleitorado. Segundo a sondagem, 73% dos inquiridos concordam ou concordam totalmente com a posição de Luís Montenegro de não governar com o partido de André Ventura. Apenas 17% discordam desta decisão. O eleitorado do Chega (61%) e, em menor grau, os homens, os eleitores entre os 25 e os 44 anos e aqueles com rendimentos mais baixos são os que mais criticam a decisão do primeiro-ministro.

Curiosamente, a rejeição de um governo com apoio do Chega não se limita ao PSD. A sondagem mostra que 43% dos portugueses concordam com a posição de Ventura de não apoiar um governo de Montenegro, enquanto 28% discordam. Além disso, 57% consideram que o líder do Chega tomou a decisão correta ao afirmar que não viabilizará um executivo social-democrata.

Eleitores rejeitam Ventura como primeiro-ministro
No caso de um cenário em que o Chega vença as eleições, a maioria dos portugueses é contra a ideia de a AD permitir que André Ventura se torne primeiro-ministro. A rejeição é expressiva: 60% dos inquiridos consideram que a AD deve impedir que Ventura assuma o cargo. Entre os que mais se opõem estão as mulheres e os eleitores de partidos de esquerda, nomeadamente CDU, Bloco de Esquerda e Livre.

Já 37% dos inquiridos defendem que, caso o Chega vença, a AD deve viabilizar um governo de Ventura. Este apoio é mais visível entre os homens, os eleitores entre os 35 e os 44 anos, a classe média e os residentes no Sul do país e nas regiões autónomas, onde o Chega tem vindo a consolidar a sua presença eleitoral.

Luís Montenegro divide opiniões
Apesar de a maioria dos portugueses defender que o partido mais votado deve formar governo, a figura de Luís Montenegro não é consensual. No caso de uma vitória da AD sem apoio do Chega, 49% dos inquiridos acreditam que o PSD deveria apresentar um novo candidato a primeiro-ministro, enquanto 45% defendem que Montenegro deve permanecer à frente do governo.

Os que mais apelam a uma mudança de liderança no PSD são os eleitores mais jovens (entre os 18 e os 24 anos), a classe média e os eleitores da CDU, Livre e Chega. Já o atual primeiro-ministro recebe maior apoio no Norte do país, entre os homens, os eleitores dos 45 aos 54 anos e aqueles com rendimentos mais elevados.








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