Número de casos de violações com drogas sintéticas está a aumentar
O Instituto de Medicina Legal realizou, em 2024, 78 exames em investigações de crimes de agressão sexual facilitada por drogas, cujas denúncias têm vindo a aumentar, revelou esta sexta-feira o jornal ‘Expresso’, que salientou que a Policia Judiciária adiantou que são usadas três substâncias: GHB, a “droga da violação”, óxido nitroso e cetamina.
Na maioria dos casos, apontou o semanário, os exames toxicológicos não detetam nada, uma vez que se tratam de drogas incolores e inodoras, que provocam amnésia ou memória fragmentada: em menos de 12 horas desaparecem do sistema. “São potentes e demoram muito pouco tempo a fazer efeito, mas rapidamente desaparecem do organismo”, explicou Suzel Costa, especialista em toxicologia forense do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML). “As pessoas estão sedadas e quando acordam demoram algum tempo a processar o que aconteceu. Podem não se lembrar de nada, mas percebem que algo se passou. Quando vão ao hospital, já passaram muitas horas e os exames não dão nada.”
“As vítimas são sobretudo jovens entre os 20 e 30 anos, e os autores um pouco mais velhos. Os casos investigados indicaram que os suspeitos atuam com premeditação, já que compram as drogas com o fim da violação”, referiu Carlos Farinha, diretor-adjunto da PJ.