“Nem se sabe se deu o grito”: Lula da Silva quer mudar data da independência do Brasil para o dia da expulsão dos últimos portugueses

Lula da Silva anuncia esta quarta-feira o decreto que consolida o dia 2 de julho como a segunda data da independência do Brasil: de acordo com a ‘CNN Portugal’, o presidente brasileiro está em Salvador, na Bahia, para participar nas comemorações pelo quarto ano consecutivo.

A intenção de Lula da Silva era transformar a data num feriado nacional, mas deverá apenas ser consolidada no calendário oficial.

“Tem a independência que foi o grito do imperador, que a gente nem sabe se deu o grito mesmo […] Mas nós tivemos a verdadeira independência do Brasil, que foi o resultado final da expulsão dos últimos portugueses em 2 de julho em Salvador, na Bahia. Ali houve luta e houve mulheres heroínas. Muitas mulheres que lutaram para garantir a independência”, disse o presidente brasileiro.

A data é celebrada anualmente na Bahia como símbolo da expulsão dos portugueses do Brasil. De acordo com os registos, foram 17 meses de batalhas até 2 de julho de 1823, quando os portugueses abandonaram o Brasil.

A data já é feriado estadual na Bahia e celebra a vitória das forças brasileiras sobre os portugueses, quase um ano após a proclamação da independência por Dom Pedro I. Hoje, muitos historiadores defendem que essa é a data que selou de vez a independência brasileira.

Lula assinou a mensagem de envio do projeto ao Congresso ao lado dos ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom) e do líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-RS). Os três são baianos.

“É verdade que Dom Pedro fez o Grito da Independência, todo mundo sabe disso, mas pouca gente sabe que foi no dia 2 de julho de 1823 que na Bahia os baianos conseguiram fazer com que os portugueses voltassem para Portugal definitivamente”, afirmou o presidente.

Como foi a Independência da Bahia?

A 25 de junho de 1822, a população baiana concordou em proclamar Dom Pedro de Alcântara (o imperador brasileiro) como “regente constitucional e defensor perpétuo do Brasil”.

A população defendia a formação de um Governo composto por brasileiros, o que não foi aceite pelos portugueses que ocupavam o local e procuravam manter o domínio colonial. A partir disso, houve a primeira batalha entre os grupos — brasileiros e portugueses.

Após três dias, a 28 de junho, os baianos tomaram uma embarcação portuguesa atracada às margens do Rio Paraguaçu. Foi a primeira vitória da população local contra o domínio português.

As lutas persistiram ainda por meses, chegando até Salvador, onde foi travada a batalha final, em de 2 de julho de 1823. Com a vitória do povo baiano, foi marcada, de forma definitiva, a expulsão da Coroa Portuguesa do Brasil.








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