Legislativas: Contagem dos votos dos emigrantes arranca hoje em Lisboa

Começa hoje, em Lisboa, a contagem dos votos dos emigrantes portugueses nas eleições legislativas antecipadas de 18 de maio. Até à passada sexta-feira, chegaram a Portugal 296.283 cartas com boletins de voto, o que corresponde a 18,77% dos mais de 1,5 milhões de eleitores inscritos nos círculos da Europa e Fora da Europa. A contagem prolonga-se até quarta-feira, dia 28, data em que será conhecido o resultado final do voto no estrangeiro.

Segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, foram devolvidas 154.094 cartas — cerca de 9,76% do total enviado. As expedições dos boletins começaram a 12 de abril e terminaram a 21 do mesmo mês, tendo seguido para 192 destinos diferentes, numa das maiores operações logísticas da administração eleitoral portuguesa.

O desfecho do voto emigrante poderá ser determinante para o equilíbrio final do mapa parlamentar, sobretudo na disputa pelo segundo lugar entre o Partido Socialista e o Chega. Até ao momento, a diferença entre ambos é mínima, sendo que os dois mandatos atribuídos pelos círculos da emigração poderão decidir qual das forças políticas ficará atrás da Aliança Democrática (AD), vencedora das eleições.

As projeções apontam para um resultado renhido, e os analistas políticos sublinham que “cada voto conta” nesta fase decisiva. A contagem dos votos recebidos continuará até ao final do dia de quarta-feira, altura em que se conhecerá o desfecho nos círculos da Europa e Fora da Europa.

Nas últimas duas décadas, os círculos da emigração têm sido dominados pela alternância entre PS e PSD, que se dividiram tradicionalmente os quatro mandatos em disputa. No entanto, esse padrão foi quebrado em 2024, com o Chega a conquistar, pela primeira vez, um deputado em cada um dos círculos da emigração, refletindo a crescente popularidade do partido junto das comunidades portuguesas no estrangeiro.

Este novo cenário reforça a importância simbólica e política do voto emigrante, que pode já não apenas decidir pequenos ajustes no hemiciclo, mas alterar diretamente a hierarquia dos principais partidos.

Comparativamente ao mesmo período das eleições legislativas de 2022, os números indicam uma ligeira quebra na taxa de receção dos votos emigrantes. Há dois anos, até à sexta-feira equivalente, tinham sido recebidas em Portugal 19,42% das cartas enviadas aos eleitores residentes no estrangeiro — mais 0,65 pontos percentuais do que em 2024.








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