Globalização: Sovena – A multilocalização como fator diferenciador

Jorge de Melo, CEO da Sovena 

Qual a importância da Globalização para a competitividade?
A Globalização desempenha um papel crucial  para garantir a sustentabilidade, competitividade e prosperidade da Sovena. Apenas cerca de 20% do negócio da Sovena é realizado em Portugal, e o objectivo é internacionalizar cada vez mais, procurando estar onde estão as matérias-primas e onde estão os consumidores. Só actuando perto destes dois mercados conseguimos oferecer o melhor produto ao melhor preço e com a menor pegada ecológica.
No que respeita à área industrial, além de Portugal, a Sovena tem uma presença muito forte em Espanha e nos EUA, onde estamos desde 2005 e investimos recentemente numa segunda unidade industrial na Califórnia para melhor servir o mercado americano de Este a Oeste. No ano passado, iniciámos também a operação da nova fábrica de embalamento em Angola, um compromisso com a produção local, impulsionando a eficiência da cadeia de abastecimento neste mercado.
A expansão da Sovena para a Argentina através de um projecto agrícola de sementes oleaginosas, traz igualmente benefícios ao nível da qualidade da semente, da diversificação de risco e do usufruto de produção sazonal, que difere do hemisfério Norte. Ainda neste âmbito, a Sovena investiu numa fábrica de óleo de abacate na Colômbia, um novo negócio que promove a circularidade da matéria-prima, através do aproveitamento de abacate até agora descartado como fruto, e que passa a ser direccionado para a produção de óleo de abacate, que possui grandes propriedades nutricionais.
A empresa conta com uma equipa especializada nas principais regiões produtoras, através de equipa própria, intermediários e parceiros locais.
A Sovena está presente em 11 países e exporta para mais de 70 países, nos cinco continentes. Podemos dizer que a multilocalização é uma das características diferenciadoras da Sovena que garante, assim, uma maior flexibilidade e competitividade no mercado global.

@eduardo_ramos_fotos

Quais os desafios para continuarem a ser um dos motores da economia?
Num mundo globalizado, competimos em escala internacional e, por isso mesmo, é necessário termos as condições para competir de forma equitativa. Isso significa, apostar na inovação, na eficiência e na qualidade dos nossos produtos e
serviços, com suporte de regulação favorável e incentivos.
Além disso, precisamos de atrair e capacitar talento que queira fazer parte deste caminho. Investir em pessoas faz parte do sucesso de qualquer organização e, por isso, devemos oferecer oportunidades de bem-estar e desenvolvimento profissional num ambiente de trabalho motivador.
Acima de tudo garantir a sustentabilidade da organização, considerando os pilares sociais, ambientais e económicos em
todas as decisões. Para a Sovena sustentabilidade é prosperidade, garantir o nosso futuro, e contribuir positivamente para a sociedade e o ambiente em que operamos.

Como é que as PME podem vencer num mundo cada vez mais global?
As empresas podem olhar para o exterior como uma oportunidade de crescimento, tendo o alinhamento e ferramentas internas para o fazer. Assim, parece-nos importante considerar dois elementos-chave: ter capital para expandir e ter uma visão e flexibilidade interna focada no potencial do mercado global.
Uma vez tomada a decisão, as empresas devem avaliar o mercado e estabelecer a melhor abordagem de entrada e de crescimento. Dependendo do país, das suas especificidades e dos objectivos e ambição da própria empresa, algumas poderão iniciar o processo pela simples exportação ou assumir um maior compromisso através de uma internacionalização efectiva, podendo optar por uma estratégia mais orgânica, ou, quando se proporcione ou justifique, por aquisição.
No entanto, da nossa experiência, estabelecer parcerias locais ao longo da cadeia de valor tem-se revelado fundamental para o sucesso nos mercados globais. Essas parcerias não só facilitam a adaptação aos contextos locais, mas também oferecem oportunidades de crescimento sustentável a longo prazo.








OSZAR »