Cabaz alimentar: Preço da maçã aumenta até 24 cêntimos por quilo e ultrapassa os 2 euros na última semana

As variedades de maçã Gala e Golden registaram aumentos expressivos na última semana, tornando-se dois dos produtos com maior subida de preço entre os bens essenciais monitorizados pela DECO PROteste. Os dados revelam que o quilo da maçã Gala passou a custar, em média, 2,23 euros, mais 24 cêntimos do que na semana anterior. Já a maçã Golden viu o preço por quilo aumentar 15 cêntimos, atingindo agora os 2,11 euros.

Apesar destas subidas pontuais, o valor global do cabaz alimentar composto por 63 produtos essenciais caiu ligeiramente. De acordo com a DECO PROteste, entre 30 de abril e 7 de maio, o cabaz desceu 46 cêntimos, ou seja, menos 0,19%, passando a custar 238,95 euros.

Desde janeiro de 2022, a DECO PROteste acompanha semanalmente a evolução dos preços de produtos alimentares considerados essenciais. A monitorização é feita todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior nas principais superfícies comerciais com lojas online.

O cálculo do custo do cabaz começa com a determinação do preço médio de cada produto disponível nas lojas analisadas. Somando esses valores médios, obtém-se o custo total do cabaz para o respetivo dia. Esta metodologia permite identificar variações de preço relevantes ao longo do tempo, assim como o impacto de medidas políticas ou conjunturas económicas no bolso dos consumidores.

Salsichas, massa e cereais entre os produtos que mais subiram
Na mesma semana, outros produtos registaram subidas significativas. As salsichas tipo Frankfurt e a massa em espirais aumentaram 13% cada, enquanto os cereais de fibra encareceram 11%. No acumulado desde o início de 2025, os preços dos ovos subiram 28%, a massa em espirais 27% e os flocos de cereais 20%.

Se o foco for a análise desde o início da monitorização da DECO PROteste, a 5 de janeiro de 2022, as maiores subidas acumuladas correspondem à carne de novilho para cozer (mais 94%), aos ovos (mais 81%) e à polpa de tomate (mais 70%).

Fim do IVA zero fez disparar preços de produtos essenciais
Entre 18 de abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024, o Governo aplicou uma medida temporária de isenção de IVA em mais de 40 alimentos essenciais, com o objetivo de conter a escalada dos preços. A lista, elaborada com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde, incluiu produtos de consumo diário como frutas, legumes, cereais e carnes.

Desde o término desta medida, o preço do cabaz composto pelos 41 produtos que beneficiaram de IVA zero aumentou 3,82 euros, o que representa uma subida de 2,69%. A 4 de janeiro de 2024, último dia da isenção, esse cabaz custava 141,97 euros; a 7 de maio de 2025, o valor fixava-se nos 145,79 euros.

Entre os produtos que mais encareceram desde então destacam-se a carne de novilho para cozer (mais 38%), os ovos (mais 34%) e a dourada (mais 31%).

A conjuntura económica internacional tem sido um dos principais fatores por detrás da evolução dos preços. A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, teve impacto direto no abastecimento de cereais à União Europeia, incluindo Portugal, uma vez que a região é uma das principais fornecedoras deste tipo de bens.

Esta situação agravou os problemas já provocados pela pandemia de covid-19 e por episódios de seca prolongada. A escassez de matérias-primas e o aumento dos custos de produção – nomeadamente fertilizantes e energia – refletiram-se nos preços internacionais e, por consequência, nos preços pagos pelos consumidores portugueses por alimentos como carne, cereais de pequeno-almoço, frutas e vegetais.

A inflação em Portugal voltou a registar um aumento no mês de abril, invertendo a tendência de descida dos três meses anteriores. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa subiu de 1,9% em março para 2,1% em abril. Em termos anuais, a inflação média de 2024 terá ficado nos 2,4%, um valor inferior aos 4,3% registados em 2023 e aos 7,8% de 2022.

A alimentação continua a ser um dos setores que mais contribui para a subida do índice de preços, com aumentos frequentes em produtos de base que afetam diretamente o orçamento das famílias.






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