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XLI BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Raul Neto, Randstad Portugal

A análise de Raul Neto, CEO da Randstad Portugal

O aspeto mais interessante a ressalvar é o facto de se verificar um sentimento de resiliência das nossas empresas face à instabilidade política, uma vez que as eleições antecipadas, indesejadas pela grande maioria dos portugueses, parecem não estar a abalar a confiança das empresas. E ainda que antecipem algum impacto — ainda que ténue — no crescimento económico, as empresas não preveem alterações significativas nas suas decisões de investimento em função do novo governo que resultar das eleições de 18 de maio.

Os resultados do barómetro revelam mesmo um moderado otimismo para os próximos meses, na sequência de um primeiro trimestre que correu bem, ou muito bem, para a maioria das empresas: 80% antecipa um crescimento moderado ou forte no seu setor de atividade e 87% espera aumentar o volume de negócios ao longo de 2025.

E se a política nacional não parece afetar a confiança empresarial, também a conjuntura internacional parece não estar, pelo menos para já, a condicionar as perspetivas dos líderes empresariais. Estamos ainda nos primeiros momentos de uma potencial guerra comercial, que vem agravar o clima de incerteza e o receio de vir a ocorrer uma recessão global. A acontecer, afetará todos os setores, ainda que de forma mais intensa os que são mais impactados pela imposição de tarifas.

Os mercados financeiros e de capitais são, como sempre, os primeiros a reagir às expectativas futuras. Resta saber que impactos poderão ocorrer no mercado de trabalho — um tema que merecerá certamente destaque no próximo barómetro.

Testemunho publicado na edição de Abril (nº. 229) da Executive Digest, no âmbito da XLI edição do seu Barómetro.






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